sábado, 16 de abril de 2011

Eu sou uma pergunta (Clarice Lispector)

-Estou com saudade até das suas brigas! 
É pra sorrir ou pra chorar uma afirmação desta? Rapaz! É incrível como as pessoas passam a  dar valor até aos momentos que não foram bons quando sabem que já não tão tão importantes quanto um dia foram. Se Tomé só acreditou vendo, existem pessoas que só sentem perdendo.  Na verdade esta palavra perder não significa dizer que alguém é de alguém mas que esta pessoa perdeu a atenção, o carinho e outras coisas boas que tinha com facilidade. Não se pode querer ter o outro pra si e sim querer ter um pouco do outro, um pouco de atenção, de carinho, de abraço. Um pouco daquilo que faz bem e que pode mudar uma realidade ruim em algo bom e surpreendente.  Chega um momento da vida em que a pessoa acha que tinha tanto domínio sobre a outra e quando percebe que perdeu até aquilo que não agradava, faz questão de dizer que até aquilo está fazendo FALTA. Porém, não existe explicação lógica para este tipo de comportamento, também não me proponho a entender. Só a lamentar. O que antes incomodava agora faz falta e o que era bom agora nas lembranças se torna ótimo. As pessoas só devem se atentar para o detalhe de que não se deve viver do passado e nem da ênfase ao que já passou.  Mas como ainda não consegui decifrar o que exatamente se passa na cabeça de alguém assim, utilizo a frase da maravilhosa Clarice Lispector: "Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever."

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