quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Na cama com Mônica Moreira Lima



                                                                                              Foto: Camilo Durans

A mulher, o livro e o sexo
Jornalista Mônica Moreira Lima conta detalhes de sua vida antes e depois do livro Sexo para maiores de 18cm

Por:  Andressa Miranda e Lukas Cordeiro "Na cama com Mônica Moreira Lima"  


O corpo em forma de Mônica Moreira Lima (43) chama atenção na academia onde faz musculação três vezes por semana. É para manter a forma que atraiu vários homens que se tornaram personagens dos contos sexuais no primeiro livro, “Sexo para maiores de 18cm”.
Há três anos, depois de muito escrever e-mails para amigos contando as mais diversas experiências na cama, motivada pelos leitores, ela resolveu publicar a primeira edição.
A idéia deu certo. Foram mais de 10.000 exemplares, o suficiente para mantê-la por dois anos em que ficou afastada dos meios de comunicação. Mônica, que tem a vida agitada em meio a agenda lotada, nos recebeu em seu apartamento para um bate papo sem tabus sobre o livro e sua vida após a exposição. É na cama, um dos móveis que mais aparece em suas confissões sexuais, que ela se dispôs a falar mais da sua intimidade.


“Sem emprego e sem renda pensei: Vou lançar o livro pra me sustentar. Assim fiquei por dois anos”

“Na área de jornalismo, além de televisão, também fui professora da UFMA, mas nunca transei com aluno”

“Mulher casada que está com o homem só por status pra mim não tem diferença de uma prostituta”

“O fato de escrever minhas aventuras sexuais não diminuiu minha credibilidade jornalística. Na bancada, eu sou a Mônica de muita roupa”


 Como surgiu a idéia de escrever um livro tão polêmico como este?
Mônica - Eu mandava e-mails para amigos que moram em outras cidades, contando o que tinha acontecido no final de semana, como se fosse uma carta, e eu sempre guardava. Mas aí em 2007/2008 eu fiquei desempregada, e como o pessoal sempre falou que se eu reunisse todas essas histórias daria um livro, decidi encarar esse desafio, e sem expectativa nenhuma, consegui vender 10 mil exemplares. Nunca tinha lançado um livro na cidade, só meu pai que lançou nove livros, mas reunindo todos esses livros dele não bateu de frente com apenas um que lancei. O pessoal gostou do tema, da abordagem mais leve, porque sexo todo mundo fala, mas eu falei sem frescura, escancarei o assunto, e todo mundo adorou. Fiz um humor, com o sexo em questão.

 Como sua família reagiu ao livro?
Mônica - Minha família sempre fala de sexo desde quando eu era criança. Todos crescemos falando neste assunto. Reagiram com tranqüilidade. Ah! Mas eu nunca fiquei com nenhum primo (risos).

E a credibilidade jornalística ficou abalada? Ou a publicação do livro não interferiu?
Mônica - É tudo normal. Sou jornalista, na bancada eu estou bem vestida, faço minhas entrevistas. Nenhum entrevistado nunca levou a hora da entrevista como algo para se favorecer.

Você é bem assídua na malhação. Isto é para manter o corpo para atrair os personagens que vão fazer parte dos próximos livros?
Mônica - Não, a malhação é um hobby para mim, malho por prazer. Ter um corpo bonito é conseqüência.

 Qual a diferença entre você e a Bruna Surfistinha, além da profissão?
Mônica - A Bruna fazia sexo das dez da manhã e ia até as três da manhã do dia seguinte. Uma mulher dessa não consegue ter prazer. Eu me relaciono sexualmente por prazer. Pra mim uma mulher que tem um marido só por status, para se manter bem casada ou segurar uma boa vida, é prostituta também. Eu não fico com ninguém por interesse, pra sair em coluna social nem nada. Eu posso ficar com o porteiro aqui de casa, mas nesse caso ele vai ter prazer e eu também. O importante é chegar ao final do ato sexual de forma prazerosa sempre.

 A Bruna Surfistinha ficou com 3.000 pessoas. Você tem um número de quantos?
Mônica – Não tenho. Não é nem dois dígitos. O que importa não é quantidade, tem pessoas que me relaciono  há dez anos. Na hora que eu quiser algo a mais eu ligo, saio com a pessoa e vou.  A questão é sair com quem você está a fim e com quem quer sair. Nem para manter imagem de pegadora.

 Já que você é jornalista, já pensou em fazer um programa de televisão que fala sobre sexo?
Mônica – Já sim, pensei em reunir uma mulherada, para ser apresentado no fim de noite, porque tem muitas mulheres que não se conhecem interiormente, muita mulher deixa de ter prazer, pensando só em satisfazer o companheiro. O livro ajudou a muitas mulheres em relação a isso, tive um feedback muito bom. Aí pensando em fazer esse programa, fiz um projeto, mas nenhuma emissora aceitou até hoje. E por isso ainda não rolou.

 E depois de tanto sucesso com a primeira edição do livro, você já pensa na segunda?
Mônica - Sim. Inclusive já está tudo pronto. Basta apenas conseguir uma editora. Mas já está tudo escrito. Inclusive enviei o livro para programas nacionais, e gostaram muito da idéia, mas precisaria lançar em uma editora nacional, para poder falar dele nacionalmente.

 E o corpo ainda vai ficar em forma para que sejam escritas outras edições?
Mônica - Com certeza. Ainda vou ter muito o que contar (risos).

C - Foi um prazer estar na cama com você.
Mônica – O prazer foi todo meu (risos).